Amazônia: pulmão do mundo?

 

Há quem diga que a floresta amazônica é o pulmão do mundo. Isso é um grande mito. Na verdade, o oxigênio produzido naquela região não viaja muito longe, acabando por ser consumido no próprio local.

Ainda que não seja o “pulmão do mundo”, a floresta possui uma função vital para grandes porções da América do Sul. Sua existência e preservação são fundamentais para a manutenção da umidade em boa parte do continente.

Os “rios voadores”

O ar sobre o Oceano Atlântico, saturado de umidade na região equatorial adentra o nosso continente pela região amazônica, onde dá origem aos “rios voadores”. Os ventos, em seguida, carregam toda essa umidade até a Cordilheira dos Andes. Da Cordilheira, a umidade é carregada para baixo, chegando às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de Paraguai e Argentina.

A imagem abaixo ilustra esse processo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por que são chamados “rios voadores”? A quantidade de umidade que viaja sobre nossas cabeças, e que depois se precipita na forma de chuva é comparável à de muitos rios. Em vez de água líquida escorrendo no chão, temos um volume imenso de gotículas viajando pelo ar!

Para se ter uma ideia, a quantidade de água evaporada pela floresta amazônica pode ultrapassar a vazão do Rio Amazonas (200.000 m3/s).  Uma árvore apenas, com uma copa com cerca de dez metros de diâmetro consegue produzir mais do que o dobro de água que um brasileiro utiliza diariamente.  

O desmatamento, porém, pode mudar e até mesmo acabar com a existência dos rios voadores. A expansão da fronteira agrícola do Brasil em direção à região Norte, para aumento das lavouras e criação de gado está ameaçando a dinâmica da umidade do continente.

As consequências já podem estar sendo sentidas nesse exato momento. Alguns pesquisadores (você pode conferir um exemplo aqui) afirmam que a seca de 2014  na região Sudeste do Brasil é consequência dos desmatamentos na Amazônia, e que esses problemas tendem a se intensificar se nada for feito para recuperação da floresta.  

Fonte: aqui.

 

 

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